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A apropriação do sistema simbólico, culturalmente construído, obedece a certas regras próprias do sistema. Para que aconteça a apropriação da linguagem escrita, o ensino precisa ser adequado ao processo de desenvolvimento do ser humano. Assim, há especificidades no ensino da leitura e da escrita nos vários períodos da infância e da adolescência. Existem aspectos comuns aos períodos do desenvolvimento, mas existem também diferenças sensíveis entre um e outro. Esse é um grande desafio para o planejamento pedagógico: como ensinar a ler e a escrever em idades diferentes? Como ensinar mais? Como atender à diversidade cultural da população de alunos? Como planejar para alunos que apresentam defasagem idade-série? Como ensinar para que todos aprendam a ler e a escrever?



As respostas não são simples e só podem ser elaboradas considerando que a escrita é um sistema lingüístico, isto é, por um lado um sistema que serve à estruturação do pensamento, ao desenvolvimento de determinadas funções mentais (raciocínio, memória, entre outros) e, por outro, um sistema para comunicação entre seres humanos.

Sendo assim, não podemos nos restringir a pensar no ensino da língua escrita isoladamente do ser que vai aprendê-la. Há  uma integração necessária entre sujeito e conhecimento, isto é, entre o sistema lingüístico, o desenvolvimento das capacidades cognitivas e expressivas e o desenvolvimento cultural, que diz respeito às relações recíprocas entre o indivíduo e a coletividade.

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